KIANGOLA


I made this widget at MyFlashFetish.com.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ultimas " 24 horas "

Apelo

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, apelou os deputados investidos na Assembleia Nacional a aprovarem “leis justas que contribuam para eliminar a pobreza, combater a injustiça, a exclusão social, o abuso do poder e outros males incompatíveis com o projecto de sociedade proposto”.

Eleição

Fernando da Piedade Dias dos Santos foi eleito presidente da Assembleia Nacional, durante uma sessão constitutiva do novo parlamento, com 211 votos a favor, três contra e zero abstenções.

Agenda

O novo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, afirmou que a aprovação da nova Constituição marcará o mandato dos novos deputados durante a II legislatura que se inicia a 15 de Outubro.

Empossamento

O Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, conferiu posse ao primeiro-ministro angolano, António Paulo Kassoma, nomeado horas antes do acto que ocorreu no Salão Nobre do Palácio Presidencial, à Cidade Alta.

Juramento

Os deputados à Assembleia Nacional foram investidos e juraram cumprir a Constituição e as demais leis da República de Angola, assim como defender a unidade da Nação, a integridade territorial da pátria, promover e consolidar a paz, bem como a democracia e progresso social.

Agradecimento

O novo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, agradeceu ao presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, e aos demais membros do seu partido pela confiança depositada na indicação para a mais alta função parlamentar.

Formação

A empresa de consultoria Central de Serviços e Tecnologia (CSTA), procedeu a entrega dos diplomas aos 50 finalistas nos ramos de recursos humanos e contencioso laboral.

Crise financeira

O novo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, disse esperar que a crise financeira internacional, iniciada no mercado imobiliário dos Estados Unidos, “seja resolvida de forma eficaz e sensata para a estabilidade mundial”.

Intervenção

O bastonário da Ordem dos Engenheiros de Angola, José Dias, defendeu, em Luanda, a necessidade de uma maior intervenção das associações profissionais no programa de requalificação e expansão urbana da capital do país.

Estacionamento

O primeiro dos três parques de estacionamento públicos em construção na cidade de Luanda vai estar concluído em Novembro deste ano, segundo informou o director provincial das Obras Públicas, Torres Bunga.

Saúde

O Governo de Angola definiu para os próximos anos (2009-2012) a promoção da assistência médico medicamentosa e melhoria das unidades sanitárias tanto à nível primário como secundário, em benefício da população angolana.

Música

A música angolana registou um crescimento "estrondoso" na componente de produção, promoção e edição discográfica, desde a década de 1980 a 2008, mas é necessário maior investimento na vertente de investigação e formação.

Falando com Dinocross " O Intercambialista "

Quem é Dinocross?
R: Dino Cross é um Pseudonimo de Adriano Mabiel, sou design grafico e jornalista ao mesmo tempo, trabalho profissionalmente como Design grafico e desenpenho o jornalismo em prol do hip hop.

Como tem sido o trabalho entercambial entre Angola e Moçambique no âmbito da cultura hip hop ?
R: Os resultados até agora têm sido favoraveis, mas o grande objectivo deste projecto é fazer as musicas moçambicanas tocarem em Angola, nas rádios, discotecas e até mesmo nos carros, não apenas circular num ciclo restrito da comunidade hip hop, e porquê que eu tenho esse projecto? porquê a primeira vez que estive em Maputo a fazer entrevistas pelo http://www.hipflickz.net/, fiquei a saber que existe um certo descontentamento por parte dos rappers moçambicanos em relação a Angola e frequentemente fui questionado, "porquê há sempre artistas angolanos a cantar em Moçambique e nunca houve um artista moçambicano sequer em Angola?" diante desse facto e porquê na altura estava em curso uma campanha para acabar com isso, neste caso banir artistas estrangeiros em Moçambique, criei este projecto que vale apena persistir até porque os exitos já começaram a dar-me insentivo, Duas Caras, Dama do Bling e Asmall ja cantaram em Angola no espaço Bahia, e pelo menos a Dama do Bling e Duas Caras já não são anonimos em Angola.

Qual é a sua opinião sobre a musica angolana particularmente o hip hop?
R: A musica angolana está noutro nível, e é bastante consumida no exterior do pais, atravez da nossa música espalhamos pelo mundo um pouco da nossa cultura, já o hip hop angolano em particular, na minha opinião está complicado, temos artistas com muito bom flow, boas punch lines, bons beats, mas sinto falta de mensagens que não sejam de ostentação, artistas nos dias de hoje, as letras se não forem de carros, marcas de roupas e damas é de discotecas, a maior parte dos albuns estão assim, e por outra sinto falta do rap, muitos rappers estão sensiveis nos albuns, nas mixtapes disparam bom rap, mas nos albuns não percebo o que se passa, se calhar intimidam-se com a responsabilidade que é apresentar um album ao público. Mas claro que nem todos os rappers se inserem neste meu ponto de vista, respeito e rendo continência a muitos rappers angolanos.

Sendo um activista do rap em Angola quais as suas perspectivas com relação ao desenvolvimento do hip hop em Angola?
R: Eu acredito que ao passo em que vamos, o percurso é mesmo desenvolver, tivemos um bom exemplo de que o beef não faz bem a ninguem, e se continuarmos assim será bom para o movimento, embora acredite que o hip hop angolano precisa de um rosto, um rosto que nos identifique como angolanos, seria util se não importassemos outras culturas e a adaptassemos ao hip hop angolano, tenho fé que um dia iremos fazer hip hop com amor e não pelas vantagens que este nós dá.
Na primeira sondagem feita pelo site Kiangola chegou-se a conclusão que o nível escolar dos angolanos é medíocre; ate que ponto esta mediocridade afecta o hip hop em Angola?
R: Afecta quando fazemos as coisas sem um conhecimento previo, vamos supor que os mc's sejam de baixo nivel de escolaridade, o que vão transmitir quando usamos o rap como musica de intervenção social? nada!.. ou seja nada com fundamento logico. É por isso que há musicas que só escutamos 30 segundos e depois nem sequer a queremos ouvir falar, mas felizmente não é o nosso caso, sou até de opinião que se faça uma sondagem para saber o grão de escolaridade dos rappers angolanos, de certeza q vamos concluir que estamos maioritariamente no ensino superior e médio.

Como kiangolano qual é a sua opinião sobre as eleições em Angola?
R: As eleições deixaram-me triste com os rappers, que ladraram, ladraram e ladraram e na hora da decisão não morderam. fala-se muito que o governo é assado ou cozido mas ainda deram credito ao mesmo governo. Mas correu bem graças a Deus, o partido que acredito ser a melhor opção para Angola ganhou, embora que gostaria que as percentagens de votos fossem mais bem equilibradas para dar-se oportunidade a democracia governar.

O que tem a dizer sobre o site Kiangola?
R: Tenho a dar bastante insentivo ao site Kiangola, é sempre um contributo quando dispertamos os jovens a seguirem uma determinada cultura, continuem o trabalhar por amor ao hip hop, e claro espero que tudo o que noticiarem seja em prol do desenvolvimento e união do rappers angolanos e não só.

AN " Novo Presidente "

O novo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, agradeceu ontem, ao presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, e aos restantes membros do seu partido pela confiança depositada na indicação para a mais alta função parlamentar. Investido terça-feira nas funções de presidente da Assembleia Nacional, durante uma cerimónia solene realizada no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda, o novo líder parlamentar manifestou, igualmente, o seu apreço aos colegas que o elegeram. O presidente da Assembleia Nacional lembrou que os novos deputados assumem a responsabilidade de representar o povo e contribuir de forma abnegada para o aprofundamento da democracia e satisfação dos interesses dos cidadãos, independentemente da sua cor partidária. Manifestou o seu apreço a todos os deputados da legislatura passada por todo o trabalho realizado ao longo dos 16 anos, sublinhando que eles protagonizaram um importante feito na implantação e consolidação da nossa novel democracia, ao erigirem as bases do que é terça-feira a Assembleia Nacional. "Dessa gesta de cidadãos, cumpre-me destacar, sem demérito para os demais, as figuras de França Van-Dúnem, que foi o primeiro presidente da Assembleia Nacional (1992-1996), e Roberto de Almeida, que o substituiu na presidência até agora, momento em que se inicia a II legislatura", frisou. Fernando da Piedade Dias dos Santos foi eleito para o cargo pelos novos deputados por 211 votos a favor, três contra e nenhuma abstenção, num acto em que também foram eleitos os quatro vices-presidentes. Na sua intervenção, o líder parlamentar recordou ainda que após 16 anos sem eleições, o povo angolano afluiu em massa às urnas no dia 5 de Setembro, o que reflecte a sua maturidade cívica. Segundo disse, essa atitude demonstra que o novo ciclo iniciado terça-feira e a democracia em Angola são irreversíveis, devendo servir de exemplo para África e o mundo.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

S O S " Mamborró "

O produtor musical Manuel dos Santos "Kito" solicitou domingo, em Luanda, o apoio dos angolanos e de instituições nacionais para o músico Mamborró, que se encontra na Namíbia em exames médicos para combater às diabetes, de que padece.

Em declarações à Angop, Manuel dos Santos "Kito" afirmou que o músico está há quatro dias a realizar diversos exames ambulatórios, necessitando, no entanto, de ajuda para a fase seguinte que pode passar pelo internamento numa das unidades sanitárias namibianas.

"Toda ajuda financeira será bem-vinda, porque o artista está mesmo a necessitar de apoios para debelar a doença. Até ao momento já conseguimos arrecadar cerca de seis mil dólares e através da conta bancária 28673753 domiciliada no Banco BIC as pessoas de boa fé podem depositar as suas contribuições", reforçou.

Os valores a serem arrecadados, adiantou a fonte, servirão para pagar as despesas inerentes ao tratamento e estadia do artista na Namíbia.

Manuel dos Santos "Kito" informou que a ida de Mamborró à Namíbia deveu-se a pronta intervenção da direcção da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) que comprou os bilhetes de passagem.

"Devo agradecer a UNAC que de imediato respondeu de forma positiva a nossa solicitação pagando os bilhetes de passagem sem qualquer problemas e entraves", referiu.

Mamborró, artista que se notabilizou na música infantil, deu "cartas" no mercado, nos anos 80, com as canções "Belinha Chuchu", "Vovô Samba", "Quando eu passo pelas ruas", "Guida" e "Ndenguelândia".

Teta Lando " Homenagem "

O músico angolano Alberto Teta Lando, falecido em Julho deste ano, será homenageado no dia 3 de Outubro, no cine Atlântico, em Luanda, durante a gala da edição 2008 do "Top dos Mais Queridos" da Rádio Nacional de Angola (RNA). Segundo fonte da organização, a sua vasta obra musical e a sua contribuição para a valorização da cultura angolana são as principais referências que levam a RNA a homenagear um dos mais importantes artistas angolanos. Farão parte da homenagem, como convidados, os artistas Mário Gama (companheiro de longa data quando Teta Lando tocava apenas guitarra antes de abraçar o canto), Dionísio Rocha (contemporâneo e colega de arte), Lina Alexandre, Patrícia Faria, Jeff Brown acompanhado pelo grupo KCY do Bié. Falecido em Julho deste ano, Alberto Teta Lando deixou um repertório em que se podem destacar "Um assobio meu", "Negra de carapinha dura", "Angolano segue em frente", "Reunir", entre outras canções de referência. Além de vários LPs, o artista deixa um legado onde se incluem os discos compactos (CD), "Esperanças Idosas" e Memórias", este último uma colectânea de músicas escritas ao longo dos seus mais de 20 anos de carreira. Teta Lando nasceu em 1948 em Mbanza Kongo, antiga capital do Reino do Kongo, capital da província do Zaire. O artista escreveu a sua primeira música em língua nacional Kimbundo, em 1964, intitulada" Kinguibanza", que o impulsionou para o "estrelato" entre 1965/66, altura em que grava o seu primeiro LP.

Girabola 2008 " Petro Perde "

O Kabuscorp do Palanca venceu ontem, no estádio dos Coqueiros, o Petro de Luanda, por 2-1, em partida da 22ª jornada do Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão (Girabola). Os golos do encontro foram apontados por Mbiavanga (52 min) e Diangane (90), pela turma do Palanca, e Santana (68 min) para os "petrolíferos". Apesar da derrota, o Petro de Luanda lidera a prova com 48 pontos, mais seis que o 1º de Agosto, na segunda posição, enquanto que o Kabuscorp assume agora o penúltimo lugar com 21.

Resultados gerais da 22ª jornada:
1º de Agosto - Benfica de Luanda, 1-1
Santos FC - Recreativo do Libolo, 1-0
Interclube - 1º de Maio de Benguela, 1-1
Benfica do Lubango - FC Bravos do Maquis, 1-0
Petro de Luanda - Kabuscorp do Palanca, 1-2
Desportivo da Huíla - Sagrada Esperança, 1-0
ASA - Petro do Huambo, 0-0

Próxima jornada (23ª):
Bravos do Maquis – 1º de Agosto
Recreativo do Libolo – ASA
Petro de Luanda – Benfica do Lubango
Benfica de Luanda – Desportivo da Huíla
Petro do Huambo – Interclube
1º de Maio – Kabuscorp
Sagrada Esperança – Santos FC

Ultimas " 24 horas "


Audiências
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, concedeu, em Luanda, audiências separadas aos líderes das formações políticas com assento no novo parlamento, nas quais estes manifestaram-se favoráveis à indicação de Paulo Kassoma ao cargo de primeiro-ministro.

Organização
O ministro da Defesa Nacional, Kundi Paihama, considerou excelente o nível organizativo da formação académica em curso no Instituto Superior Técnico Militar.

Disponibilidade
O Governo angolano assegurou, em Nova Iorque, a sua disponibilidade e motivação para assumir as suas responsabilidades na qualidade de membro das instituições da comunidade internacional, tanto a nível do continente africano como das Nações Unidas.


Regresso
A delegação do MPLA que participou, em Nova Iorque, na reunião da Internacional Socialista (IS), dedicada à análise dos recentes fenómenos político-económicos mundiais, deixou a cidade norte-americana, de regresso ao país.

Donativo
O músico angolano Paulo Flores ofereceu à Casa do Gaiato, afecta à igreja católica, um donativo composto por bens alimentares, camisolas, materiais didácticos e desportivos, no âmbito do projecto social da Sociedade Mineira de Catoca.

Ensino Militar
Aspectos ligados a evolução do Instituto Superior de Ensino Militar, relativamente ao apetrechamento e modernização das suas infra-estruturas, bem como as perspectivas para o futuro, foram dados a conhecer ao titular da pasta da Defesa Nacional, Kundi Paihama.

Melhorias
O bastonário da Ordem dos Engenheiros de Angola, José Dias, disse, em Luanda, que a requalificação dos passeios da capital do país, além do embelezar a cidade, vai proporcionar melhor circulação dos citadinos.

Distinção
A primeira dama de Angola, Ana Paula dos Santos, foi distinguida com o prémio "Personalidade do Evento", na 1ª edição da Feira Internacional de Moda, Festas e Decorações - ” Expo-Bodas/2008”.

Família
O cónego Apolónio Graciano, da Igreja Católica, disse, em Luanda, que grande parte do número de crianças nas ruas é resultado da falta de acompanhamento no seio da família.

Girabola
O Kabuscorp do Palanca venceu, no estádio dos Coqueiros, o Petro de Luanda, por 2-1, em partida da 22ª jornada do Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão (Girabola). Os golos do encontro foram apontados por Mbiavanga (52 min) e Diangane (90), pela turma do Palanca, e Santana (68 min) para os "petrolíferos".

Parlamento Cessante " Rectrospectiva "

Duzentos e vinte deputados serão investidos nas novas funções hoje, terça-feira, numa cerimónia solene a ter lugar no Centro de Convenções de Talatona, localizado na nobre zona sul de Luanda.
A cerimónia formalizará a instituição da segunda assembleia multipartidária representativa dos angolanos, e a cessação definitiva das funções dos actuais deputados à Assembleia Nacional, cujos mandatos se prolongaram por 16 sucessivos anos, devido ao factor guerra pós-eleitoral que assolou o país desde 1992, na sequência da rejeição dos resultados eleitorais deste mesmo ano.
O novo Parlamento é o resultado das eleições legislativas de 5 de Setembro e funcionará sob o signo de uma paz irreversível e tranquilidade política – factores de inegável influência para um desempenho mais fértil dos novos deputados, comparativamente aos seus antecessores.
O espectro funcional do Parlamento cessante nos seus primeiros anos era caracterizado, no que concerne à tónica do debate, por uma forte tensão política entre o vencedor das eleições de 1992 (MPLA) e o maior partido da oposição (Unita), como consequência da recusa, por esta formação, dos resultados eleitorais.
Concomitantemente, a intensificação dos combates no campo de batalha não deixou de exercer forte influência nos discursos na Assembleia Nacional, com reflexos tão negativos ao ponto de alguns intervenientes fazerem clara apologia da guerra neste órgão de soberania, contrariamente ao juramento prestado, o que relegava o debate a níveis muito baixos.
Quem, entre outras figuras, têm memória desses embaraços são o último presidente da Assembleia Nacional cessante, Roberto de Almeida, que dirigiu os destinos da Casa das Leis por 12 anos (1996 a 2008), metade dos quais em pleno decurso da guerra, e o seu primeiro líder, França Van-Dunem, que ficou à frente do Hemiciclo de 1992 a 1996.
Na obra “10º aniversário da Assembleia Nacional”, edição da própria Casa das Leis, Roberto de Almeida lembra que, “por vezes, o debate ficou diminuído pela assunção de opiniões irredutíveis e posições pouco construtivas por parte dos intervenientes que, contrariamente ao desejado, não raras vezes contribuíram para vincar clivagens e aprofundar divergências”.
Até 1996, o figurino do funcionamento da Assembleia Nacional caracterizava-se pela ausência de grande parte dos 70 deputados da Unita, remetendo o Parlamento numa situação de fraca operacionalidade que veio a modificar-se substancialmente em Abril de 1997, altura em que os parlamentares ausentes foram autorizados pela direcção do seu partido a tomar ou retomar os respectivos assentos, depois da formação do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, no âmbito do Protocolo de Lusaka.
Apesar destes constrangimentos vividos na Casa das Leis, é mister reconhecer-lhe o mérito de ter sido, excepcionalmente, a sede da expressão democrática no conjunto conturbado que então se tornara o país, aliás como recentemente o fez o presidente da República, José Eduardo dos Santos, no termo da primeira legislatura da Assembleia Nacional.
Numa mensagem dirigida aos deputados durante a cerimónia de encerramento da primeira legislatura, realizada a 15 de Julho deste ano, o chefe de Estado angolano sublinha que "a Assembleia Nacional constituiu um laboratório de aprendizagem da sã convivência política, da tolerância e, acima de tudo, do sentido de Estado e patriotismo".
Esta é também a visão dos diferentes grupos parlamentares que integraram a primeira Assembleia multipartidária representativa dos angolanos, embora não deixem de salientar constrangimentos de vária ordem que, de certo modo, contribuíram para macular o virtuoso funcionamento do Parlamento.

Visão dos grupos parlamentares

Para o Grupo Parlamentar do MPLA, apesar das inúmeras dificuldades, agravadas pela situação de guerra, o Parlamento cessante cumpriu o seu papel de forma aceitável, sobretudo por se ter tornado na sede e expressão da jovem democracia.
O grupo parlamentar maioritário lembra que durante os dezasseis anos do seu funcionamento a Assembleia Nacional aprovou um grande volume de diplomas legais fundamentais que constituem hoje a base da arquitectura da jovem democracia, quer através da iniciativa legislativa do Governo, quer dos grupos parlamentares.
Ainda para o MPLA, um dos aspectos positivos do Parlamento cessante foi ter criado duas comissões de trabalho eventuais: A Comissão Eventual sobre a Paz e Reconciliação Nacional, no âmbito do seu contributo para a pacificação do país, e a Comissão Constitucional, no quadro do seu poder constituinte para a elaboração da futura Constituição.

A Unita, por sua vez, reconhece que uma das virtudes que se pode atribuir à Assembleia Nacional é o facto de ela se ter tornado num “espaço único e privilegiado para o convívio multipartidário no confronto de ideias diferentes na e para a democracia nascente”.

O Grupo Parlamentar do PRS - a terceira força política mais votada em 1992 e coincidentemente este ano - considera a manutenção do Estado democrático de direito como uma virtude a salientar no funcionamento da Assembleia Nacional – “o baluarte da construção da democracia em Angola, apesar da conturbada situação política que o país viveu”.
Quanto aos constrangimentos, este grupo considera que a actividade do Parlamento não atingiu os níveis desejados no tocante à produção de leis que correspondam às necessidades do país e aponta também limitações de ordem material e regimental que terão enfraquecido um cabal funcionamento.

Para a FNLA, a grande virtude foi o Parlamento “ter subsistido, não obstante a turbulência político-social que então grassava” pelo país.

O PLD considera que o clima de bom relacionamento entre deputados das várias bancadas quando se encontram nos átrios e corredores da Assembleia Nacional ou no trabalho das comissões, caracterizou o quadro das virtudes que se podem apontar à Casa das Leis.

Para o chamado Grupo Misto (formado pelos partidos com apenas um assento - PSD, PRD, AD-Coligação, PDP-ANA, PNDA, FDA e Pajoca), o mérito da Assembleia Nacional está na “manutenção da chama da democracia multipartidária, mesmo nos momentos mais críticos da guerra civil”.

A Assembleia Nacional contribuiu positivamente no âmbito da sua função legislativa para a normalização das estruturas democráticas, aprovando leis de vária índole, designadamente sobre defesa nacional, economia e finanças, assuntos sociais, administração da justiça, administração pública, entre outras.
Por exemplo, no domínio da defesa nacional, aprovou a Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas, Lei Geral do Serviço Militar, Lei de Segurança Nacional, Lei sobre Justiça Penal Militar, Lei dos Crimes Militares, Lei sobre a criação dos Órgãos de Justiça Militar, algumas das quais já revogadas.

No sector económico, social e financeiro, salientam-se as leis do Investimento Estrangeiro (hoje Lei sobre Investimento Privado), das Privatizações, de Delimitação das Actividades Económicas, dos Diamantes e das Empresas Publicas, para citar apenas algumas.
No domínio da administração da justiça, podem indicar-se as leis que aprova o Estatuto dos Magistrados Judiciais e do Ministério Publico, da Advocacia, Lei Orgânica do Tribunal de Contas, entre várias não menos importantes.
No domínio da administração pública, destaca-se a Lei sobre a tramitação dos Actos Administrativos, lei complementar à lei sobre eficácia dos actos administrativos, assim como várias autorizações legislativas ao Governo para legislar em matéria de funcionamento da administração pública.
De recordar que a produção legislativa da Assembleia Nacional entre 1992 e 2008 cifrou-se em 215 leis e 502 resoluções, correspondendo a uma média produtiva de 13 leis e 31 resoluções por ano, de acordo com o relatório de actividades da instituição, divulgado a 15 de Julho último na cerimónia de encerramento da I legislatura.
Obviamente como disse Roberto de Almeida, a produção de disposições normativas não se mede em termos quantitativos, mas em função do seu conteúdo, profundidade e aplicabilidade, derivada de uma boa e oportuna regulamentação.
A Assembleia Nacional não teve o seu mérito apenas no domínio legislativo, sendo de reconhecer-lhe também um papel activo no plano da diplomacia parlamentar, ao projectar a imagem do país na arena regional e internacional.
Assim, tornou-se membro de pleno direito da União Parlamentar Africana (UPA), do Fórum dos Parlamentos de Língua Portuguesa (FPLP), da União Inter-Parlamentar (UIP) e do Fórum Parlamentar da SADC (FP-SADC), com efectiva participação nas suas reuniões.
Teve igualmente participação activa nas reuniões da Assembleia Paritária da África, Caraíbas e Pacífico - União Europeia, do Fórum de Parlamentares Áfro-Árabe para a População e o Desenvolvimento, entre outras.
Além de darem continuidade à sua natural função legiferante, aos novos deputados competirá o grande desafio de terminar a missão iniciada pelos seus antecessores: a aprovação da futura Constituição - mais moderna e adaptada aos últimos desenvolvimentos do País – bem como um papel mais activo na fiscalização das acções do Governo e na exigência ao executivo de regulamentação oportuna das leis – uma preocupação que sempre norteou o exercício dos deputados cessantes.

AN " Novos Deputados "

Os deputados eleitos nas legislativas de 5 de Setembro serão investidos nas novas funções hoje, durante um acto solene que terá lugar no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
Na sexta-feira última, os mesmos deputados foram informados do procedimento que deverão observar na cerimónia de investidura, num encontro com os membros da Mesa cessante da Assembleia Nacional.
O encontro, realizado na sala II do Palácio dos Congressos, com participação da quase totalidade dos 220 deputados, foi orientado pelo presidente da Mesa cessante, Roberto de Almeida, que esteve ladeado do seu 1º vice-presidente, João Lourenço.
O procedimento de investidura consta do Regimento Interno do hemiciclo parlamentar e prevê, basicamente, a prestação de juramento dos deputados indigitados, seguido de uma declaração solene de investidura, a proferir pelo presidente da Mesa cessante.
No encontro, Roberto de Almeida desejou aos futuros legisladores um mandato "muito frutuoso e que aprofunde a democracia, rumo à construção das bases, cada vez mais sólidas, para o bem estar da sociedade".
Entre os presentes, destaque para Fernando da Piedade Dias dos Santos e Paulo Cassoma, indicados pelo Bureau Político do MPLA para os cargos de presidente da Assembleia Nacional e primeiro ministro, respectivamente.
De acordo com os resultados do escrutínio de 5 de Setembro, o novo Parlamento apresentará o seguinte figurino: MPLA, 191 deputados, Unita (16), PRS (8), FNLA (3) e ND (2).